Mas quem é este Jack London brasileiro
que escreve sobre a sociedade da informação com a segurança de
alguém que a ela está inteiramente ligado? Bom, Jack London é um
cinquentão, presidente da NetcomBR Ltda, idealizador de sites como o
Booknet, economista e empresário, além de, entre outras funções,
exercer o cargo de secretário de estado no Rio de Janeiro; é ainda
articulista da revista Exame e da Revista da Web, escritor e
conferencista, tendo as suas palestras, no âmbito da Internet, sido já
assistidas por cerca de 100 mil pessoas.
Não será por isso de estranhar que
este formador da opinião pública em geral, e muito particularmente da
brasileira, avance perspectivas, levante questões, anteveja caminhos
sobre a Internet e sobre a sociedade da informação que a todos nós
dizem respeito, fazendo-nos pensar num mundo incorrigivelmente melhor,
com mais oportunidades, apesar das eventuais surpresas, com outros
horizontes, outro "modus vivendi", do qual ainda só temos
quase uma premonição.
Em "Navegar é Preciso" temos
a plena certeza de que, como diz o autor, "viver a mudança é como
estar no olho do furacão, não se sabe onde vamos aportar, mas não há
como se esconder do barulho e do vento". De facto, Jack London faz
deste livro uma verdadeira saga do novo mundo, onde frases como "a
soma do que você sabe é o que você é" ou "inovação: a
única fonte de crescimento sustentável" resumem duma forma
positiva a bonomia de London quanto à aceitação do "mundo do
hipertexto, da coopetição (neologismo do autor), da sociedade do
conhecimento, sonho de todos os profetas, de todos os santos e de todos
os homens de boa vontade".
Na verdade, "Navegar é
Preciso" é um hino de esperança às novas mutações da
sociedade, descrevendo ou melhor antevendo com humor, um mundo onde a
Internet irá por certo ter um papel cada vez mais preponderante, mas
onde "nada é o que parece e nada do que era ontem é ainda
hoje." Para além de tudo isto, há a consciência claramente
expressa de que "vivemos uma pré história deste instrumento
(Internet), comparável ao telefone de manivela ou ao código morse:
acessos lentos, browsers ainda muito complicados, som e imagens
primárias, downloads intermináveis". " Com a Internet 2
(...) com as tecnologias digitais já a caminho, com o uso da Wap e da
banda larga, em breve estaremos rindo - nós mesmos e não os nossos
netos - do tempo que perdemos hoje em frente ao monitor".
Perante tudo o que foi dito sobre a
perspectiva do nosso futuro enquanto homens e mulheres duma nova
sociedade, atentemos na máxima, transcrita neste livro, do escritor
anglo-saxão Jack London "Prefiro ser cinzas do que pó. Prefiro
ser um soberbo meteoro, todo átomo em magnífica explosão do que um
planeta eternamente adormecido. A verdadeira função do homem é viver,
e não apenas existir. Não gastarei meu tempo tentando prolongar este
tempo, usarei este tempo, todo o tempo, para viver."
Conceição Brito