Navegar é Preciso
Jack London
 Editora Campus, 2001

Este livro dividido em 5 partes e com um título já bem nosso conhecido pela associação a uma melodia muito familiar aos nossos ouvidos, ao tempo ainda desconhecedores das potencialidades do MP3, apresenta uma série de questões despretensiosas, bem humoradas e de qualquer modo bem curiosas sobre a Internet e a sociedade da informação; de facto, poder-se-á dizer que Jack London, também

ele mesmo homónimo de um carismático da literatura mundial, prima neste livro pela surpresa que a todos proporciona pelo que consegue enxergar num mundo que está aí visível para todos, mas cujos caminhos só nos parecem lógicos e "óbvios depois de ele os apontar", como muito bem observa Max Gehringer, na contracapa do livro.

Mas quem é este Jack London brasileiro que escreve sobre a sociedade da informação com a segurança de alguém que a ela está inteiramente ligado? Bom, Jack London é um cinquentão, presidente da NetcomBR Ltda, idealizador de sites como o Booknet, economista e empresário, além de, entre outras funções, exercer o cargo de secretário de estado no Rio de Janeiro; é ainda articulista da revista Exame e da Revista da Web, escritor e conferencista, tendo as suas palestras, no âmbito da Internet, sido já assistidas por cerca de 100 mil pessoas.

Não será por isso de estranhar que este formador da opinião pública em geral, e muito particularmente da brasileira, avance perspectivas, levante questões, anteveja caminhos sobre a Internet e sobre a sociedade da informação que a todos nós dizem respeito, fazendo-nos pensar num mundo incorrigivelmente melhor, com mais oportunidades, apesar das eventuais surpresas, com outros horizontes, outro "modus vivendi", do qual ainda só temos quase uma premonição.

Em "Navegar é Preciso" temos a plena certeza de que, como diz o autor, "viver a mudança é como estar no olho do furacão, não se sabe onde vamos aportar, mas não há como se esconder do barulho e do vento". De facto, Jack London faz deste livro uma verdadeira saga do novo mundo, onde frases como "a soma do que você sabe é o que você é" ou "inovação: a única fonte de crescimento sustentável" resumem duma forma positiva a bonomia de London quanto à aceitação do "mundo do hipertexto, da coopetição (neologismo do autor), da sociedade do conhecimento, sonho de todos os profetas, de todos os santos e de todos os homens de boa vontade".

Na verdade, "Navegar é Preciso" é um hino de esperança às novas mutações da sociedade, descrevendo ou melhor antevendo com humor, um mundo onde a Internet irá por certo ter um papel cada vez mais preponderante, mas onde "nada é o que parece e nada do que era ontem é ainda hoje." Para além de tudo isto, há a consciência claramente expressa de que "vivemos uma pré história deste instrumento (Internet), comparável ao telefone de manivela ou ao código morse: acessos lentos, browsers ainda muito complicados, som e imagens primárias, downloads intermináveis". " Com a Internet 2 (...) com as tecnologias digitais já a caminho, com o uso da Wap e da banda larga, em breve estaremos rindo - nós mesmos e não os nossos netos - do tempo que perdemos hoje em frente ao monitor".

Perante tudo o que foi dito sobre a perspectiva do nosso futuro enquanto homens e mulheres duma nova sociedade, atentemos na máxima, transcrita neste livro, do escritor anglo-saxão Jack London "Prefiro ser cinzas do que pó. Prefiro ser um soberbo meteoro, todo átomo em magnífica explosão do que um planeta eternamente adormecido. A verdadeira função do homem é viver, e não apenas existir. Não gastarei meu tempo tentando prolongar este tempo, usarei este tempo, todo o tempo, para viver."

Conceição Brito

 

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