Congresso na Fundação Calouste Gulbenkian 

 Novo Conhecimento, Nova Aprendizagem

 

 

Decorreu nos passados dias 18 e 19 de Outubro de 2000, no auditório 2 da Fundação Gulbenkian, o congresso com o tema: Novo conhecimento, nova aprendizagem. Este congresso contou com a presença no dia 18, como principais oradores, de Edgar Morin, Adalberto Dias de Carvalho, Seymour Papert e António Dias de Figueiredo, e como comentadores Maria Teresa Ambrósio e José Tribolet.

António Figueiredo e Seymour Papert centraram as suas alocuções no tema Novos Media e Nova Aprendizagem. Falaram-nos das mudanças operadas nas últimas décadas ao nível dos currículos e de como estes currículos têm condicionado o desenvolvimento de gerações. Nos tempos actuais e com a massificação dos media, aponta-se para uma construção das aprendizagens pelos próprios aprendizes. Em vez de privilegiar um ensino centrado nos conteúdos, a aprendizagem do futuro terá que valorizar os contextos, onde eles adquirem significado e se operacionalizam em competências. " Insiste-se, assim, mecanística e simplisticamente, nos "conteúdos", sem reconhecer que eles só fazem sentido se explorados em "contextos" de interacção e actividade que têm de ser criteriosamente concebidos." (Figueiredo).

Quer Papert quer Figueiredo defendem que o uso da Internet na Educação tem um papel importante a desempenhar. Contestam, no entanto, que o seu simples acesso será a solução miraculosa e de fundo de todos os problemas que hoje a afectam. Segundo Figueiredo, a  "Internet é – apenas – um instrumento ao serviço da Sociedade do Conhecimento, que ela própria contribuiu para criar”. Considera ainda que a Internet só fará parte de uma estratégia de Educação se esta se reformar dos conceitos industrial/mecanicistas que a têm marcado nas últimas décadas e procurar contextos mais conciliáveis com os proporcionados pela Internet.

As escolas não irão acabar, como há quem profetize; o que poderá acabar são os modelos tradicionais de escolas que não promovam a “aquisição de saberes e competências chave para uma autonomia de sucesso” (Figueiredo).

Muitos desafios se encontram lançados, outros estarão por lançar, uns mais, outros menos, pertinentes. Estes desafios só se encontrarão verdadeiramente lançados se houver uma capacidade de mobilização nacional "capaz de assegurar o empenhamento colectivo" (Figueiredo).

    
 

 


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