Projectos em Matemática

 

Carlos Pimenta

ES D. João II - Setúbal

 

Esta comunicação abordou dois temas: “Os Sólidos Platónicos” e “As Cónicas”.

Os sólidos platónicos, projecto desenvolvido em “Toolbook” e em “Bryce  3D”, mostrou uma animação sobre cada um dos sólidos platónicos, assim como uma possível planificação, propriedades e simbologia. O texto utilizado neste projecto foi retirado do livro de Matemática "Infinito 10". 

O segundo trabalho, desenvolvido em PowerPoint, tinha como objectivo mostrar as capacidades do programa para desenvolver uma apresentação que poderia ter sido feita por alunos sobre o tema “As Cónicas”.

O interesse pelo estudo das cónicas remonta a épocas muito recuadas, talvez século IV a.C.. Estas curvas devem o seu nome ao facto de poderem ser obtidas seccionando uma superfície cónica e surgem no nosso dia a dia com mais frequência do que se supõe.

Uma superfície cónica de revolução de duas folhas é gerada pela rotação de uma recta que passa num ponto fixo do eixo de rotação.

Qualquer recta g contida na superfície cónica tem o nome de geratriz.

Neste ponto é mostrado uma superfície cónica em que é feita uma animação da geratriz que permite a visualização da forma como a superfície é gerada.

  • Um jacto de água desenha parábolas (fotografia dum jacto de água).

  • Um feixe de luz na parede, pode originar:

    • uma parábola (imagem do feixe de luz parábola)

    • uma elipse (imagem do feixe de luz elipse)

    • uma hipérbole (imagem do feixe de luz hipérbole)

  • E na Arte – hipérboles e respectivas assimptotas em Arquitectura (Brasília - Oscar Niemeyer)

  • E também na Ciência (sondas parabólicas).

Um aluno de Platão (séc. IV a.C.) estudou as secções resultantes da intersecção de cones circulares rectos por um plano perpendicular a uma geratriz do cone. 

Quando o ângulo a de abertura do cone é agudo, recto ou obtuso (imagem elucidativa).

Foi Apollonius de Pérgamo que deu às secções cónicas os nomes de elipse, parábola  e hipérbole, no séc. III a.C., e que estudou as propriedades destas linhas tão aprofundadamente que pouco ficou por descobrir.

Mostrou que não era necessário, que o plano secante fosse perpendicular  a uma geratriz, bastava que não tocasse o vértice.

Elipse

O plano corta uma só folha da superfície cónica e corta todas as geratrizes. A linha obtida é fechada.

A circunferência é um caso particular (imagem elucidativa).

Parábola

O plano corta uma só folha da superfície cónica e corta todas as geratrizes, menos uma. A linha obtida é aberta (imagem elucidativa).

Hipérbole

O plano corta as duas folhas da superfície cónica e corta todas as geratrizes, menos duas. A linha obtida tem dois ramos abertos (imagem elucidativa).

Cónicas degeneradas 

A intersecção é um ponto (o vértice).

A intersecção é uma recta (uma geratriz).

A intersecção é um par de rectas (duas geratrizes concorrentes no vértice) (imagem elucidativa).

As aplicações das cónicas

O astrónomo e matemático alemão Johan Kepler precisou de muita persistência para concluir, em 1609, que cada planeta descreve uma elipse de que o sol ocupa um dos focos (1ª Lei de Kepler). Pensava-se anteriormente que as órbitas eram circulares (imagem elucidativa).

As cónicas regem os planetas naturais, cometas e asteróides e também todos os satélites artificiais e astronaves cujas trajectórias podem hoje ser pré-estabelecidas minuto a minuto. O estudo analítico das cónicas e das suas aplicações aos movimentos no espaço não cessa de se aperfeiçoar (imagem elucidativa).

As trajectórias de bolas e/ou outros projécteis, dentro da atmosfera terrestre, são geralmente arcos de parábola, tanto mais perfeitos quanto menor for a resistência do ar.

A balística é a ciência que estuda a trajectória e o impacto dos projécteis (imagem elucidativa).

Conta-se que Arquimedes, durante o cerco de Siracusa, conseguiu incendiar navios romanos usando uns espelhos, chamados «ustórios» que enchiam de pânico os sitiantes e os punham em fuga. Arquimedes era pois conhecedor das propriedades das cónicas. Ele recorreu a um ou vários espelhos parabólicos colocados de modo a concentrar os raios de Sol reflectidos num só ponto, se esse ponto fosse uma galera romana esta começava a arder (imagem elucidativa).

Este processo é usado nos fornos solares, em cujo foco se consegue alcançar temperaturas de milhares de graus (imagem elucidativa).

Espelhos parabólicos, o que são?

Uma parábola, rodando em torno do seu eixo de simetria, gera uma... superfície parabólica ou parabolóide.

Se for espelhado no interior temos um espelho parabólico.

O interesse destas superfícies resulta duma propriedade reflectora.

  1. Todo o raio luminoso que incide num espelho parabólico, paralelamente ao eixo, reflecte-se passando por um ponto fixo - O FOCO.

  2. Todo o raio luminoso que incide num espelho parabólico passando pelo FOCO reflecte-se paralelamente ao eixo (imagem elucidativa).

A primeira versão da propriedade justifica o funcionamento do forno solar, e dos variados tipos de antenas parabólicas que captam ondas de rádio, de radar, ou outras ondas electromagnéticas, como as antenas parabólicas de TV, ou as enormes antenas dos radiotelescópios que registam os sinais vindos do espaço exterior (imagem elucidativa).

O segundo aspecto da propriedade aplica-se em todos os faróis, de navegação, de automóvel, ... porque um feixe de raios paralelos tem maior alcance que qualquer outro (imagem elucidativa).

Todas as superfícies geradas por cónicas, parabolóides, elipsóides, hiperbolóides, têm propriedades reflectoras, que são utilizadas para criar condições acústicas especiais em auditórios, teatros, catedrais, como acontece na Catedral de São Paulo em Londres (imagem elucidativa).

Devido às suas propriedades estéticas e físicas, os arcos de cónicas surgem por exemplo na Catedral de Gaudi em Barcelona (Parabolóides) (imagem elucidativa).

O cabo de suspensão duma ponte (Ponte sobre o Tejo), quando o peso total é uniformemente distribuído segundo o eixo horizontal da ponte, toma a forma de uma parábola (imagem elucidativa).

O texto e algumas imagens foram extraídos do livro X$QMAT, 12º Ano do Ensino Secundário.

 

Setúbal, 8 de Fevereiro de 2000

 

 

 


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