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O Instituto Politécnico de Setúbal e a Escola Superior de Educação

 

Instituto Politécnico de Setúbal

Produzir sinergias na região
para ajudar a construir a sociedade do conhecimento.

O projecto nacional de criação do ensino superior de curta duração, posteriormente designado como ensino politécnico, iniciou-se, formalmente, em finais de 1979 com uma rede descentralizada de escolas. Naturalmente, num distrito de forte industrialização como o de Setúbal, a primeira escola a ser criada no Instituto Politécnico (IPS) foi a Escola Superior de Tecnologia (1983). Seguiu-se a Escola Superior de Educação (1985), a Escola Superior de Ciências Empresariais (1994), a Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (1999) e a Escola Superior de Saúde (2000).
Presentemente, nas cinco escolas do IPS estudam cerca de 5520 alunos nos cursos de formação inicial e 250 em cursos de pós-graduação. Os funcionários não-docentes, nas escolas e nos serviços centrais do Instituto, anda à volta dos 150. O número de docentes (e encarregados de trabalho) ronda os 500, sendo 46 de Matemática.

Escola Superior de Educação

Um património arquitectónico. Uma escola de referência.
A certeza de uma carreira profissional de futuro.

No domínio da formação de quadros médios e superiores, a proximidade à capital do país nunca foi favorável à região de Setúbal. Fomos o único distrito que não teve Escola de Magistério Primário ou Escola Normal de Educadores de Infância. E, por isso, a Escola Superior de Educação de Setúbal não estava prevista na rede inicial das ESE's, criada a partir da reconversão das EMP e das ENEI. Quando em 1979 o governo apresentou a calendarização de arranque das escolas superiores de educação, em três fases (com início dos primeiros cursos para 1980), o lançamento da nossa escola surgia num terceiro momento (em 1984) mas apresentava-se como muito problemático, pois só estavam assegurados financiamentos (pelo Banco Mundial através dos Projectos Educação I e II) para as duas primeiras fases.
Este planeamento geral acabou por sofrer os habituais atrasos nacionais e só a urgência da passagem do novo modelo de profissionalização em serviço para a esfera do ensino superior (retirando-a das escolas "preparatórias e secundárias", como então eram designadas) apressou o processo. Assim, a partir do 2º trimestre de 1985, assistiu-se à nomeação das últimas comissões instaladoras para as ESE's – Lisboa, Coimbra, Beja, Portalegre e Setúbal (daí considerarmos o 10 de Julho de 1985 como a data fundadora da nossa escola).
E foram, ainda, as actividades em torno da profissionalização em serviço (apesar de não contempladas no Programa Preliminar das ESE's) que marcaram, nos primeiros tempos (ainda instalados no Palácio Fryxell, na cidade de Setúbal), a matriz de funcionamento da escola. Até hoje, esta é uma área de continuidade da nossa intervenção pedagógica: 2654 professores já concluíram esta formação na ESE.
Em 1987 abrimos os primeiros cursos de formação inicial (estávamos então na Fábrica Barreiros) – Educação de Infância e Professores de 1º ciclo do Ensino Básico e, com eles, passámos a fazer formação de docentes de todos os níveis de ensino. Seguiram-se as chamadas variantes, predominantemente viradas para o 2º ciclo do EB (aí, já nas nossas instalações definitivas, inauguradas em 1993, num projecto de Siza Vieira, que recebeu o Prémio de Arquitectura): Português-Inglês e Português-Francês, Educação Física, Matemática-Ciências da Natureza, Educação Visual e Tecnológica e a Educação Musical (este último para todo o ensino básico).
Os efeitos da quebra demográfica e de um sistema educativo incapaz de absorver novos docentes fizeram-se sentir, a partir dos finais da década de 90, no progressivo encerramento das "variantes". Paralelamente, iniciámos um processo de viragem para outras áreas, fora da formação de professores, e que tem conduzido à abertura de novos cursos de licenciatura: Comunicação Social, Tradução e Interpretação de Língua Gestual Portuguesa, Desporto de Recreação, Animação e Intervenção Sociocultural e Promoção Artística e Património.
A ESE de Setúbal tem igualmente desenvolvido Cursos de Estudos Superiores Especializados (Gestão Pedagógica e Administrativa, Integração Escolar), Cursos de Formação para o Exercício de Outras Funções Educativas (Centros de Recursos Educativos), Cursos de Formação Complementar de Educadores de Infância e de Professores do 1º ciclo (especialização em Português e Matemática) e, em parceria institucional, Cursos de Mestrado (Ciências da Educação - Especialização em Educação de Infância e Didáctica das Línguas).
No conjunto dos nossos actuais 11 cursos de formação inicial (incluindo o de Educação de Infância para Apoio à Educação Bilingue da Criança Surda, criado em 2004), nos cursos de complemento de formação, nos mestrados e na profissionalização em serviço estão matriculados 950 alunos/formandos (dos quais mais de 80% são do sexo feminino).
Tal como a generalidade das instituições universitárias e politécnicas, um dos desafios mais prementes que temos em mãos é o da necessidade de erguer, até 2010, o «espaço europeu do ensino superior», de acordo com a Declaração de Bolonha.
Presentemente, assistimos ao relançamento da formação contínua no 1º ciclo, área de forte tradição nesta escola, com o Programa de Formação Contínua em Matemática e o das Competências Básicas em TIC nas EB1, ambos contratualizados com o Ministério da Educação e o Ministério da Ciência e Tecnologia e do Ensino Superior. Daqui decorre o reforço numérico da equipa docente do Departamento de Matemática da ESE: 11 professores exercem aí funções. Boa altura para acolhermos o ProfMat 2006!

Luís Souta
Presidente do Conselho Directivo
da Escola Superior de Educação