"Um café, Justo, por favor."
Introdução
O consumo do café sempre esteve associado
ao convívio, à troca de ideias, à crítica,
à partilha das nossas confidências e das
nossas opiniões acerca do que se vai passando
no mundo. Beber café tornou-se num gesto
tão habitual e quotidiano que são poucas
as vezes que paramos para reflectir sobre
a origem do produto, sobre as condições
de vida das pessoas que o produzem ou sobre
o seu custo ambiental. A história que se
esconde por detrás do café e de outros produtos
é uma história de pobreza e exploração.
Única fonte de rendimento de cem milhões
de pessoas no hemisfério Sul, o café é muitas
vezes produzido sob o véu da exploração
de mão-de-obra infantil, de condições de
trabalho inaceitáveis, de rendimentos insuficientes.
O nosso contacto com estas e outras situações
é quase diário, através de imagens chocantes
e descartáveis que invadem os nossos serões
e nos provocam uma sensação de mau estar
e um sentimento de compaixão tão fugaz quanto
a imagem que se segue, retratando o último
acontecimento sensacionalista que nos prende
toda a atenção.
Os motivos que provocam estas injustiças
são complexos e ultrapassam o objectivo
da exposição. No entanto, não podemos deixar
de mencionar a influência que exercem as
poderosas multinacionais sobre o comércio
internacional, a actuação dos "senhores"
que subjugam à miséria o seu próprio povo,
as condições que impõem os países do Norte
sobre o Sul - proteccionismo, redução unilateral
do preço das matérias primas, incremento
do preço das manufacturas e a dependência
financeira. A dependência financeira, está
relacionada, entre outros factores com a
especialização agrícola dos países do Sul
que "herdaram" a política da monocultura
dos tempos em que eram ainda colónias. Tudo
isto contribui para manter e acentuar os
intercâmbios desiguais e a pobreza.
Perante esta situação de desigualdade,
em todo o mundo vão surgindo vozes de discórdia,
que lutam por um modelo de desenvolvimento
mais justo, que respeite o ambiente e todos
os seres que dele fazem parte. A estas vozes
nos juntámos, Oikos e Solidários, 'pegando'
no café, produto entendido por nós como
o ex-libris das relações comerciais entre
o Norte e o Sul, através de uma exposição
que alerta para as assimetrias existentes,
divulgando movimentos que querem contribuir
para alterar essa situação. Um desses contributos
é o Comércio Justo, movimento de comércio
solidário existente no Canadá, EUA e toda
a Europa, inclusive no nossos país e que
vende produtos do hemisfério Sul, entre
os quais café. O Comércio Justo é uma forma
prática e eficaz de apoiar a autonomia e
o desenvolvimento das comunidades do Sul
e de reivindicar uma ordem mundial mais
equitativa, propiciando os intercâmbios
directos e a colaboração entre os produtores
do Sul e os consumidores do Norte. O princípio
fundamental do Comércio Justo consiste em
garantir aos produtores do Sul, uma compensação
justa pelo seu trabalho. Para tornar isto
possível, adquire directamente os produtos
aos camponeses e artesãos do Sul, de maneira
a eliminar os intermediários e também o
processo de intercâmbio especulativo.
Outros contributos para alterar a situação
atrás mencionada têm vindo a ser desenvolvidos
no sentido de promover um consumo mais responsável.
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Objectivos Gerais
- Alertar os cidadãos para as desigualdades
nas relações económicas internacionais
que condicionam o desenvolvimento dos
países do Sul, a partir do café;
- Desenvolver uma consciência crítica
nos consumidores;
- Sensibilizar a população para a importância
do exercício de uma cidadania activa,
nomeadamente na área do consumo.
Objectivos
Específicos
- Fornecer informações sobre:
- as consequências das regras do comércio
internacional para as populações do países
do Sul;
- experiências do Comércio Justo na Europa
e em Portugal;
- Promover a exposição enquanto instrumento
pedagógico junto de animadores, formadores
e professores;
- Fomentar a discussão sobre o Consumo
Ético e o Comércio Justo.
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O
Café
História do Café
A primeira grande obra dedicada ao café
só terá aparecido em 1671, escrita por Naironi
- sábio maronita ( membro de uma das seitas
consideradas heréticas, em que se fragmentou
a Igreja Católica , no Oriente, aquando
da divisão definitiva do Império Romano)
- (Banésio, 1960), havendo indícios muito
mais antigos de referências ao café, como
é o caso dos médicos árabes Razis (Sec.
IX e X) e Avicena (Séc. X e XI) (Silva,1963:
Carvalho, 1965).
Apesar do café ser uma bebida extraordinariamente
divulgada, as referências bibliográficas
sobre o produto perdem-se no tempo. A história
do aparecimento do café e da sua evolução
como bebida nunca foi cientificamente comprovada
e assenta, fundamentalmente, em lendas e
alguns mitos.
Uma das histórias conta que" ...certo
pastor de camelos, ou como dizem outros,
de cabras, queixava-se aos monges de um
mosteiro da região de Ayman, na Arábia Feliz,
que os seus rebanhos ficavam acordados mais
que uma vez na semana, e como saltavam durante
a noite inteira, contra o que costumavam.
O prior do mosteiro, levado pela curiosidade
e pensando que isto proviesse da pastagem,
examinando atentamente, junto de um confrade,
o lugar onde as cabras pastavam na noite
em que se agitavam, nele descobriu uns arbúsculos,
de frutos, ou antes bagas, de que se nutriam.
Quis experimentar ele próprio as virtudes
desse fruto, tendo-os fervido em água e
logo ingerido a poção, experimentou que
provocava a insónia durante a noite..."
(1)
A difusão e o plantio do café teve início
em 1454 na Arábia, que hoje conhecemos como
Iémen. Nesses tempos, o Iémen era um dos
lugares mais movimentados do mundo, e o
seu porto principal, Moca, era o centro.
Foi em Meca que surgiram os primeiros
locais de consumo de café, denominados Kaveh
Kanes. Rapidamente se espalharam pelo mundo
árabe e, embora a sua finalidade fosse originalmente
de natureza religiosa, transformaram-se
em centros de xadrez, de bisbilhotices,
de canto, de dança e de música.
A chegada do café à Europa ocorreu somente
em 1616, pelas mãos de mercadores venezianos.
Nessa época o café era um produto ciosamente
guardado pelos árabes. Os grãos de café
são as sementes das plantas do café; quando
são descamisados tornam-se estéreis e somente
sob esta forma é que havia autorização que
fossem exportados da Arábia. No entanto,
mercadores alemães, franceses, italianos
e holandeses competiam entre si por causa
da introdução do café nas suas colónias
além-mar. Em 1616 os holandeses conseguiram
levar a planta do café via Moca para estufas
aquecidas dos Países Baixos e, cerca de
1658, começaram a cultivá-la no Sri Lanka.
O primeiro café - bottega del café - abriu
em Veneza em 1683. Como bebida, o café depressa
se espalhou pelo resto da Europa e, logo
de seguida, pela América. Também a sua produção
se espalhou por todo o mundo: América Latina,
África e Ásia.
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Café e Cafeeiro
A palavra café parece derivar do árabe
qahwah, embora se pense que o cafeeiro é
originário da região de kaffa na Etiópia.
O nome "café", dizem outros
etimologistas, terá derivado do étimo latino
do género Coffea, o qual pertence à família
das rubiáceas que, por sua vez, possui mais
de quinhentos géneros e seis mil espécies,
a maioria das quais são cafeeiros tropicais
(árvores com mais de 10 metros de altura)
e arbustos pequenos.
Do ponto de vista dos bebedores de café,
existem duas espécies principais, assim
como duas espécies menores dentro desse
género. O Coffea Arábica produz grãos arábicos,
é o café de maior qualidade do mundo, e
o único que se deve beber por si só, sem
quaisquer misturas. O Coffea canephora,
variedade robusta, produz grãos da robusta,
que se utilizam frequentemente para obter
uma espécie arábica mais alargada.
As duas espécies menores são o Coffea
Liberica e o Coffea Excelsa, que produzem,
respectivamente, os grãos liberica e excelsa.
Quando se fala do café, há uma tendência
para nos referimos apenas ao Coffea Arábica
uma vez que todas as outras espécies só
muito mais tarde foram utilizadas. Na comunidade
científica parece aceitar-se que todas as
espécies que hoje se utilizam para fins
comerciais são oriundas do continente africano,
isto quando se começa a tentar localizar
correctamente a região onde, pela primeira
vez, se plantou o cafeeiro arábica.
O café Arábica existe em maior quantidade
(cerca de 70% da produção mundial), devido
ao seu sabor delicado e suave. Possui 1,7%
de cafeína e cultiva-se sobretudo na América
Central, Colômbia, Tanzânia, Quénia e Brasil.O
arbusto suporta mal as pragas e o calor
bem como as mudanças climáticas bruscas.
Daí verificar-se que a quota do café robusta
tende a aumentar, devido à sua resistência
à doença.
O café Robusta é um tipo de café mais
forte, amargo e perfumado. Tem uma percentagem
maior de cafeína, ( 4,5% ), e necessita
de menos cuidados, porque é mais resistente
às pragas e alterações climáticas. Cultiva-se
sobretudo na África e Indonésia.
Tradicionalmente, o plantio dos cafeeiros
faz-se ao lado de árvores, proporcionando-lhes
sombra e protegendo as bagas que contêm
os grãos do café do sol mais quente. As
bagas arábicas necessitam de 6 a 8 meses
para amadurecerem, enquanto que as bagas
robustas necessitam de 11 meses .
Os cafeeiros de arábica e robusta produzem
após 3 ou 4 anos de plantio, sendo rentáveis
por um período de 20 a 30 anos, dependendo
das condições climáticas e dos cuidados.
Findo esse período terão que ser substituídas.
Ambas as espécies exigem muito calor e
humidade. Os pés de café arábica preferem
um clima sazonal com temperaturas que oscilem
entre os 15 e os 24 º centígrados. Já o
café robusta dá-se muito bem com temperaturas
entre os 24 e os 29º centígrados.
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Colheita e processamento dos grãos
As colheitas podem ser feitas de duas
maneiras. A primeira é a apanha total, na
qual toda a colheita é apanhada numa só
passagem através da plantação. O outro método,
a apanha selectiva, obriga a que se façam
várias passagens intervaladas de oito a
dez dias, por entre os cafeeiros, de que
se colhem somente as bagas completamente
vermelhas e maduras. Como é evidente, este
tipo de colheita é muito mais dispendioso,
exigindo mais mão-de-obra do que a apanha
total, sendo utilizada apenas para os grão
arábica, especialmente se estes se destinam
a ser processados por lavagem.
As estimativas dizem que o custo da colheita
representa metade de todas as despesas anuais
de qualquer cafezal ou plantação.
Após a colheita, os produtores têm de
processar os grãos para a torrefacção. O
objectivo principal do processamento de
grãos é a separação da baga do invólucro
pergaminhoso (vulgo casca) e da polpa. Existem
dois métodos para o fazer: o "seco"
e o da "lavagem". O processo mais
barato é o "seco", o qual se utiliza
nos grãos de qualidade inferior; os melhores
grãos são processados pelo método de "lavagem".
O método seco é o mais simples e tradicional.
As bagas colhidas são espalhadas sobre uma
superfície de cimento, tijolo ou tapetes
de palha. Periodicamente são revolvidas
e, decorridas quatro semanas, quando o teor
de humidade de todas as bagas ficar reduzido
a cerca de doze por cento, as bagas encontram-se
secas. As bagas secas são então armazenadas
em silos por algum tempo, até passarem à
fase seguinte, o descaroçamento.
No método de lavagem a polpa é extraída
do grão quase imediatamente, em vez de se
permitir que as bagas sequem. A polpa é
removida numa máquina de descaroçamento,
que esmaga a baga. Nessa altura, os grãos
no interior das suas cascas são separados
da polpa, a qual é removida através de água.
Os canais de lavagem são concebidos para
separarem os grãos verdes, mais leves, dos
maduros pesados. A fase seguinte é a da
fermentação, que consiste na separação,
pela acção de enzimas, da mucilagem viscosa
que cobre a substância pergaminácea. Depois
de completado o método de lavagem, os invólucros
pergaminhosos contêm cerca de cinquenta
por cento de humidade, pelo que é necessário
espalhar os grãos sobre superfícies de cimento,
pavimentadas ou grandes tabuleiros de seca.
O processo foi completado e a designação
dos grãos é "café pergamináceo",
que é então armazenado, devendo manter-se
numa atmosfera absolutamente constante.
Por este motivo, é muito frequente que o
café pergamináceo não fique armazenado nos
cafezais que o produzem, embora em algumas
áreas não haja outra hipótese.
No momento da exportação, remove-se a
substância pergaminácea dos grãos, através
do descaroçamento. Qualquer casca que tenha
ficado agarrada aos grãos depois do descaroçamento
será removida através do polimento.
Vendido a multinacionais dos países do
norte, o café é então transformado e vendido
sob diversas formas, sendo uma delas a familiar
bica.
Conta-se que a origem do termo "BICA",
usado sobretudo a sul de Portugal e nos
países da Comunidade dos Povos de Língua
Portuguesa (CPLP), terá tido origem no estabelecimento
de venda de café a "Brasileira",
em Lisboa. Quando este vendeu os primeiros
café expressos, o público consumidor tê-lo-à
achado amargo. Conta-se que o proprietário
inventou um slogan para ajudar nas vendas:
"beba isto com açúcar" e, ao que
parece, ' pegou'. Com o passar do tempo
a frase foi reduzida às iniciais (BICA).
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O Comércio do Café
O café é a matéria prima mais transaccionada
em todo o mundo, logo após o petróleo.A
grande maioria dos países produtores de
café vendem o produto agrícola para ao mercado
internacional, razão pela qual se considera
um produto para exportação. O comércio internacional
do café faz-se actualmente segundo diferentes
formas: exportação de "café verde",
em sacas de 60 Kg, e exportação de café
a granel, não ensacado. Este comércio envolve
países produtores e países consumidores.
Contudo o comércio de café torrado é quase
exclusivamente feito entre países consumidores.
O interesse crescente pela cultura do
café levou a que, nos Sécs. XIX e XX, se
atingissem, durante anos seguidos, produções
excedentárias, o que provocou uma progressiva
diminuição dos preços pagos em termos internacionais.
Durante a depressão dos anos trinta do século
passado e até ao fim da Segunda Guerra Mundial,
a procura do café baixou significativamente,
com influência no preço. Através da aposta
dos governos e agricultores no café, nos
anos 50-60 do Séc. XX, o café sofreu nova
sobreprodução e, consequentemente, a 'lei
da oferta e da procura' foi impiedosa para
milhares de agricultores da América Latina,
com a baixa dos preços, levando-os à ruína.
Em 1962, para evitar as oscilações do
preço do café, os principais países produtores
e importadores (ver tabelas 1 e 2), sob
o patrocínio da ONU, chegaram ao primeiro
Acordo Internacional do Café. Para gerir
este acordo e os que se seguiram, foi criada
a Organização Internacional do Café (OIC),
com sede em Londres. No acordo estabelecia-se
um preço indicativo e cada país produtor
tinha quotas de exportação (parte proporcional
do produto que cada país pode colocar no
mercado). Quando o preço indicativo calculado
pela Organização Mundial do Comércio ultrapassava
o preço do mercado, as quotas aumentavam;
quando era inferior ao preço real, as quotas
diminuíam. Se houvesse uma subida muito
significativa de preços, as quotas eram
abandonadas até se atingir de novo o preço
indicativo.
Entretanto, o sistema regulador mantido
através de Acordos Internacionais do Café
começa a ser minado: disputas acerca das
quotas dos países produtores; fragmentação
do mercado com o aparecimento de novos países
produtores; heterogeneidade dos modelos
de desenvolvimento dos países (o Brasil
e a Indonésia desenvolvem estratégias de
industrialização); aumento do volume de
comercialização do café com países não pertencentes
à OIC; a alteração, nos anos 80, da situação
mundial, com o fim da Guerra Fria, faz com
que os EUA alterem a sua política em relação
à América Latina, já que o comunismo deixou
de ser uma ameaça.
Assim, em 1989 os EUA não assinaram o
novo acordo, sob o pretexto dos países produtores
estarem a vender através de subterfúgios
os seus excedentes a baixo preço, aos países
de Leste, que, por sua vez, o colocariam
no mercado sob a forma de café torrado,
do qual resultariam enormes prejuízos para
a indústria da torrefacção que recebia o
café, pagando-o a preços estipulados no
acordo.
Desde a suspensão de quotas de café em
1989 que exportadores e importadores tentam
chegar a acordo. Sem acordo, o mercado do
café descontrolou-se e as relações entre
produtores e importadores tornaram-se mais
complexas. A liberalização do mercado doméstico
nos países produtores significou que os
estados enquanto tais, já não se podem considerar
"unidades de mercado". Os exportadores
locais não conseguiram competir com os comerciantes
internacionais e faliram ou incorporaram-se
em multinacionais. As duas maiores transnacionais
exportadoras de café (Neumann e Volcafé)
controlam 29% do mercado total e as maiores
companhias controlam 50% do mercado (ver
figura 1).
No que diz respeito ao mercado de transformação
de café e café instantâneo, a liderança
pertence a duas companhias que detém 49%
de todo o mercado: a Philip Morris e a Nestlé
com 25% e 24% das quotas de mercado, respectivamente.
Essas multinacionais de comércio e transformação
do café bloqueiam o acesso de novas empresas
ao mercado; qualquer tentativa de deslocação
da transformação do Norte para o Sul implica
entrar em conflito com os seus interesses
e estratégias.
Assim os preços dependem da lei da 'oferta
e procura', com flutuações que marcam sobremaneira
a vida de milhares de agricultores.
Como podemos observar na tabela 3, o mercado
do café no ano de 1999/2000 caracterizou-se
pela descida de preços para níveis que causaram
dificuldades nos produtores. O preço indicativo
da OIC desceu para níveis muito baixos,
valor nunca atingido desde 1990. A média
anual desceu de 88.53 US para 72.86 US em
1999/2000, uma queda de 17,7%. Em 1997/98
o valor médio anual do preço do café era
de 115,23 US.
A instabilidade dos preços é tão grande
que se reflecte todos os trimestres e, mesmo
entre os vários mercados financeiros, se
podem registar variações de preços (ver
tabela 4).
O vaivém dos preços prejudica muito a
vida dos produtores. Nas plantações de café,
os principais afectados são jornaleiros
(trabalhadores pagos ao dia) que para reduzir
custos são imediatamente despedidos. No
caso dos pequenos produtores, o preço do
café - única fonte de receita - decide coisas
tão básicas como se poderão ou não levar
os filhos à escola. Cem milhões de pessoas
no hemisfério Sul dependem exclusivamente
do cultivo e transformação deste bem para
a sua sobrevivência. No Uganda, por exemplo,
¾ da população recebe o seu sustento pelo
cultivo e venda do café.
Decorreu na Guatemala a XV Semana Internacional
do Café, na qual se reuniram 29 países produtores.
Mas mais do que um encontro de especialistas,
com as tradicionais provas e apresentação
de novidades, a semana do café foi um grito
de desespero. Os preços mundiais do café
estão aos níveis mais baixos de sempre -
menos 40% do que em 2000 -, sendo particularmente
trágica a situação de pequenos países da
América Central. Na Guatemala, os empresários
já não pagam salários e os camponeses e
os filhos começam a morrer à fome.
O café é um exemplo concreto de como o
comércio, uma das actividades humanas mais
antigas, se transformou numa forma de dominação
dos países ricos sobre os países pobres.
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Comércio internacional
e consequências para os povos do Sul
Dependências e desigualdades do
Comércio Internacional
O comércio internacional entre o Norte
e o Sul, caracteriza-se, em grande medida,
por um intercâmbio desigual: os países do
Norte compram as matérias primas aos países
do Sul, a baixos preços; os países do Norte
vendem os produtos manufacturados, arrecadando
as mais valias.
A África obtém 70% das receitas pela exportação
de apenas três produtos, com o café e o
cacau nas primeiras posições. Cada dois
em três países africanos e em 18 países
da América Latina as exportações de matérias
primas representam mais de metade das receitas
de exportação.
Este facto deriva de um longo processo
histórico, com raízes no tempo colonial,
em que o modelo comercial internacional
privilegiava as relações entre metrópole
e territórios dependentes. A revolução industrial
modificou substancialmente o tipo de relação
entre norte e sul, colonizado. Com a revolução
industrial iniciou-se um processo de "especialização"
em determinados produtos. A consequência,
na maioria dos casos foi a desorganização
da agricultura, a deslocação ou desaparecimento
de cultivos que deram lugar a monoculturas.
Este sistema de troca era altamente injusto:
os países do Sul vendiam as suas matérias
primas ao preço estipulado pelos países
do Norte , um preço sempre muito baixo e
flutuante, os países ricos transformavam
as matérias primas em produtos elaborados
a preços muito superiores.
Como podemos verificar pela tabela nº
6 esta situação vem-se repetindo até aos
nossos dias. Como já foi mencionado, a economia
dos países do Sul depende, em grande medida,
das exportações de produtos básicos e matérias
primas e nas últimas décadas os preços têm
descido devido às crises económicas que
afectaram ciclicamente o Norte.
Após a segunda Guerra Mundial (1945-1960)
assistiu-se a uma sobreprodução mundial,
devido à reconstrução da Europa através
do plano Marshall, ao nascimento das instituições
de Bretton Woods, à liberalização comercial
e à cooperação internacional.
Entre 1960 e 1972 os EUA, necessitaram
de recorrer a empréstimos exteriores, devido
ao défice público causado pelos elevados
gastos correntes e pelos gastos efectuados
com a guerra do Vietname. Como consequência
do pagamento da dívida pelos EUA, uma grande
quantidade de dólares afluiu ao sistema
financeiro internacional, provocando um
excedente de capitais - os chamados Eurodólares.
O crescimento económico mundial reflectiu-se
também nos países do Sul.
Como resposta ao apoio do Ocidente e Estados
Unidos ao Estado de Israel, a OPEP - Organização
de Países Exportadores de Petróleo, constituída
principalmente por países árabes, decidiu
aumentar o preço do crude. Os países da
OPEP adquiriram grandes excedentes de capital,
que canalizaram para os bancos comerciais
do Norte (petrodólares).
As economias ocidentais realizaram políticas
de ajuste: menor actividade industrial,
menor crescimento e políticas de rigor monetário
pelo que o peso do Estado e o gasto público
também diminuíram. No entanto, os países
do Sul não podiam realizar este tipo de
políticas e, para manter o seu crescimento,
necessitaram de financiamento externo, que
chegou facilmente devido à grande quantidade
de dólares em circulação - euro + petrodólares.
A crise no Ocidente provocou uma redução
de importações, no entanto os países do
Sul mantiveram ou aumentaram a oferta. Esta
situação provocou a descida dos preços das
matérias primas, aumentando a necessidade
de pedir empréstimos.
Em finais dos anos 70 os EUA tiveram fortes
défices fiscais, a inflação aumentou, subiram
as taxas de juro na América do Norte e nos
outros países do Norte, para evitar uma
saída massiva de capitais. Esta subida afectou
dramaticamente os Países do Sul, que têm
de pagar empréstimos com taxas de juro variáveis.
Em 1979 os países do Sul estavam em crescimento
económico e, como os países do Norte fizeram
um novo ajuste recessivo, os empréstimos
concedidos passaram a ter taxas de juro
mais altas, o que provocou um endividamento
insustentável - a chamada dívida externa.
Actualmente, a relação real de troca é
negativa para os países do Sul, já que os
preços das matérias primas diminuem constantemente,
situação que resulta de diversos factores,
entre os quais salientamos:
- o aumento da produção, provocando baixas
de preço;
- o enorme peso da Dívida Externa, que
obriga os países do Sul a aumentar as
exportações para fazer face ao juros da
dívida e cumprir os planos de ajuste estrutural
acordados com o FMI e Banco Mundial;
- as matérias primas que os países do
Sul produzem são cada vez menos interessantes
num mercado onde os substitutos tomam
lugar. Por exemplo, em 1997, o Parlamento
Europeu autorizou a indústria de chocolate
a substituir até 5% o cacau utilizado,
por outros produtos vegetais. Esta decisão
trouxe como consequência uma queda nas
receitas nos países exportadores de cacau,
provocando instabilidade nos preços;
- o poder das multinacionais é muito grande,
fixando estas, em muitos casos, unilateralmente,
o preço abusando da sua situação de privilégio.
Dado serem em número reduzido e detentoras
de grande capacidade financeira, entram
em concorrência desleal com as pequenas
empresas e cooperativas locais, colocando
os agricultores na sua dependência. Por
exemplo as exportações de banana da América
Latina ( 64% da produção mundial) são
controladas pelas multinacionais Chiquita,
Dole e Del Monte e a multinacional Unilever
controla 85% das vendas de Chá na Índia
e 98% do Chá empacotado.
Perante o fracasso da ordem "económica
internacional" (que não só empobreceu
o Sul como também criou profundas desigualdades
entre Este o Oeste, e inclusive gerou bolsas
de pobreza endémicas no Norte), a resposta
das empresas foi investir no estrangeiro,
ali onde a mão-de-obra é barata e onde podem
abrir novos mercados.
Criou-se um novo colonialismo em forma
de capital transnacional, de tal maneira
que é fácil encontrar, em qualquer ponto
do planeta produtos de origem distante.
O mercado é hoje mundial e interdependente,
no qual os produtos se movem facilmente
de um ponto para o outro do globo graças
aos avanços dos sistemas de transporte,
dos meios de comunicação e das novas políticas
comerciais.
Essas regras têm enormes implicações na
vida diária de milhões de pessoas que os
produzem e fabricam.
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Consequências
para os povos do Sul
Para a grande maioria dos trabalhadores
do Sul, o trabalho transforma-se numa verdadeira
exploração. A maioria não tem terra, apenas
tem a força de trabalho que vende aos donos
das plantações agrícolas ou aos donos das
fábricas. As condições de trabalho são por
norma muito más, segundo um relatório da
Organização Internacional do Trabalho (OIT):
- Muitos não têm segurança social;
- Os horários de trabalho são muito longos,
sem horas extras pagas e sem direito a
férias;
- Não há liberdade sindical, o despedimento
é livre arbítrio dos empregadores.
- O salário mínimo, previsto pelos governos,
em regra não é praticado, sendo o mesmo
insuficiente para fazer face às necessidades
básicas de uma família;
- As mulheres são discriminadas;
As condições mínimas de alimentação, educação
e saúde não podem ser satisfeitas. O trabalho
Infantil e escravo é uma dura realidade.
A procura de produtos provenientes do
Sul, como a madeira tropical, tem provocado
graves problemas ambientais. Segundo estudos
científicos, na Amazónia abatem-se 100.000Km2
de floresta por ano. Entre os agressores
estão multinacionais como a Volkswagen,
Nixdorf Computers, Nestlé, tendo como objectivos:
obter madeiras para exportação, extracção
de minerais e criação de gado para carne
(a baixo preço).
Este é um fenómeno que não é exclusivo
da América Latina, estendendo-se a toda
a mancha tropical do planeta. Em cada ano,
no Sudoeste asiático, destroem-se mais de
25.000 Km2 de mata tropical.
Como consequência desta situação avança
a erosão, a desertificação, desflorestação,
secas, inundações, extinção de espécies
vegetais e animais, agravando ainda mais
as condições de vida dos povos do Sul.
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Comércio Justo e Consumo
Responsável
Cada vez que adquirimos um produto, produzimos
sem saber, a realidade do Sistema Capitalista
Mundial e as desigualdades que nele se produzem:
enquanto uma parte do mundo consome demasiado
e mal, a outra nem sequer pode satisfazer
as necessidades fundamentais para a sua
sobrevivência.
Perante esta realidade, mais do que doar
fundos ou bens e participar em acções de
ajuda, é fundamental tornar a solidariedade
num acto habitual, integrado no estilo de
vida quotidiano. Para agir de acordo com
este princípio é necessário adoptar práticas
de consumo consciente e responsável que
definimos como sendo a eleição de produtos,
não apenas com base na relação qualidade/preço
mas também tendo em consideração a sua história
de produção e a conduta das empresas que
os comercializam. Trata-se de adquirir consciência
de que cada pessoa é responsável pelos efeitos
sociais e ecológicos da produção. Para isso
temos que aceder a mais informação sobre
o destino do valor efectuado pela compra
do produto, quem participou no seu fabrico,
em que condições laborais e sanitárias,
com quais salários, etc. Devemos ter consciência
das nossas acções e exigir condições dignas
para os produtores dos artigos que consumimos.
A compra selectiva, tendo a informação
necessária, é uma prática muito saudável,
que permite ao consumidor individual e às
associações de consumidores avançar no poder
de decisão.
Nos anos 60 do séc. XX surge, como alternativa
de luta contra as injustas relações comerciais
entre o Norte e o Sul, um novo tipo de comércio:
Comércio Justo (CJ).
O Comércio Justo corresponde a "uma
parceria entre produtores e consumidores
que trabalham para ultrapassar as dificuldades
enfrentadas pelos primeiros, para aumentar
o seu acesso ao mercado e para promover
o processo de desenvolvimento sustentado.
O Comércio Justo procura criar os meios
e oportunidades para melhorar as condições
de vida e de trabalho dos produtores, especialmente
os pequenos produtores desfavorecidos. A
sua missão é a de promover a equidade social,
a protecção do ambiente e a segurança económica
através do comércio e da promoção de campanhas
de consciencialização" (definição da
NEWS! - Network of European World Shops,
a rede europeia de lojas de CJ).
Assim, os princípios do Comércio Justo
são (ainda segundo a NEWS!):
- O respeito e a preocupação pelas pessoas
e pelo ambiente, colocando as pessoas
acima do lucro.
- O estabelecimento de boas condições
de trabalho e o pagamento de um preço
justo aos produtores (um preço que cubra
os custos de um rendimento digno, da protecção
ambiental e da segurança económica).
- A abertura e transparência quanto à
estrutura das organizações e todos os
aspectos da sua actividade, e a informação
mútua entre todos os intervenientes na
cadeia comercial sobre os seus produtos
e métodos de comercialização.
- O envolvimento dos produtores, voluntários
e empregados nas tomadas de decisão que
os afectam.
- A protecção e a promoção dos direitos
humanos, nomeadamente os das mulheres,
crianças e povos indígenas.
- A consciencialização para a situação
das mulheres e dos homens enquanto produtores
e comerciantes, e a promoção da igualdade
de oportunidades entre os sexos.
- A protecção do ambiente e de um desenvolvimento
sustentável, subjacente a todas as actividades.
- A promoção de um desenvolvimento sustentável
sem:
- monoculturas, para evitar a especialização
num só produto;
- destruição de solos dedicados à
alimentação das próprias colectividades;
- pesticidas e herbicidas que possam
provocar problemas de desflorestação
e contaminação.
- Estabelecimento de relações comerciais
estáveis e de longo prazo.
- Fomentar a economia local, através da
transformação e de valor acrescentado
no país de origem.
O movimento nasceu em 1969 na Holanda.
Actualmente, o Comércio Justo envolve mais
de cinco centenas de produtores no hemisfério
Sul e as lojas de comercialização de produtos
"solidários" espalharam-se por
toda a Europa, Canadá, EUA e Japão. Só em
Espanha há 50 lojas de Comércio Justo. Em
Portugal existe apenas uma loja de Comércio
Justo, em Amarante. Há no entanto, diversas
instituições a desenvolver actividades ou
acções de Educação para o Desenvolvimento
e de sensibilização para o comércio justo
e o consumo ético (ver anexo).
Os produtos comercializados variam do
café ao chá, do cacau ao papel reciclado,
do vestuário ao caju e da música étnica
aos jogos didácticos. O lançamento de marcas
ou selos de garantia de Comércio Justo (Max
Havelaar, Fairtrade Mark, Altercafé) trouxe
um forte estímulo ao comércio de produtos
"justos", uma vez que possibilita
a venda destes produtos em empresas comerciais
regulares e permite aos consumidores distingui-los
dos outros produtos oferecidos pelo comércio.
O Comércio Justo proporciona aos produtores
destes produtos um rendimento justo pelo
seu trabalho e oferece-lhes pré-financiamento
ou acesso a outras formas de crédito. Ao
mesmo tempo, procura reduzir os custos e
aproximar os intervenientes. Pretende também
criar um mercado seguro para os produtores
e fornecer-lhes apoio através de formação,
aconselhamento técnico, pesquisa de mercados
e desenvolvimento de novos produtos.
As organizações do comércio justo podem
facilitar o exercício do consumo consciente
e responsável mediante a transparência e
a informação, no entanto não basta este
movimento para promover o desenvolvimento
e superar a pobreza. Para darmos mais um
passo é necessário uma transformação dos
nossos actuais hábitos de vida, destinguindo
entre necessidades reais e impostas; organizando-nos
colectivamente, garantindo a satisfação
das necessidades fundamentais com o menor
desperdício de energia possível.
É importante que o consumo consciente
tenha um sentido colectivo e comunitário
para poder ser um instrumento de transformação
e desenvolvimento global seguindo três orientações:
- deixar de utilizar produtos fabricados
em condições nocivas para as pessoas,
- optar por bens mais saudáveis, ecológicos
ou mais justos;
- agir para a produção de produtos responsáveis.
Para que o cidadão possa optar pelo consumo
responsável, para além do comércio justo,
têm sido desenvolvidas algumas iniciativas
pela União Europeia, governos, organizações
não governamentais e outras instituições
de caracter público ou privado que se preocupam
com estas questões.
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Iniciativas
Livro Verde: Apresentado em Setembro de
2001, a nível da União Europeia, visa promover
um quadro Europeu para a responsabilidade
das empresas. Destina-se a empresários,
gestores de recursos humanos, profissionais
de saúde, técnicos de segurança no trabalho,
especialistas nas políticas ambientais,
distribuidores e consumidores.
Rótulo Ecológico: Distingue os produtos
provenientes da agricultura biológica e
procura sensibilizar os produtores para
que produzam bens "amigos do ambiente".
Teve menos sucesso que o inicialmente previsto,
apesar das associações dos consumidores
se mostrarem favoráveis ao seu incremento.
Rótulo Social: A Bélgica é o primeiro
país europeu a criar uma lei, em 1994, que
introduz novas regras de rotulagem para
ajudar os consumidores a escolher os produtos
mais éticos. Distingue os artigos e não
as empresas, prevendo que até 2004 existam
dez produtos já rotulados.
Agenda 21: Aprovada na Cimeira da Terra,
em 1992, no Rio de Janeiro, Brasil, introduz
a preservação do ambiente como uma das principais
vertentes do consumo responsável. Há todo
um conjunto de factores culturais e sociais,
que responsabilizam os consumidores. Basta
saber que 6% de população mundial reside
na América do Norte e consome quase metade
dos recursos naturais.
Marketing Ético: Analisa as tendências
do consumidor na cidadania mas também o
ambiente natural, tecnológico, jurídico-político,
sociocultural e procura elevar a responsabilização
das actividades económicas através de um
compromisso denominado "ética da empresa",
já no contexto da globalização (Ex. Nike,
Adidas e Reebok).
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Anexo
EXPERIÊNCIAS DE COMÉRCIO JUSTO EM PORTUGAL
Loja do Comercio Justo de Amarante
Edifício Carvalhido
Loja BT
São Gonçalo - 4600 AMARANTE
Tel: 255 42 31 47
E-mail: aventura.mc@netc.pt
Aberta de Segunda a Sábado entre as 9:30
e as 18:00
Coooperativa de Consumo Lourocoope -
Lourosa
Rua da Lourocoop - Loja COOP 1 (sede)
4535 Lourosa
Telf. 22 7470550 Fax 22 7470558
E- mail: lourocoop@clix.pt
Aberta de 3ª a Sábado das 9.00h -18 horas.
Loja COOP 2 - Filial da Lourocoop
Av. António da Mota
Fiães - 4535 Lourosa
Tel -Fax 22 7441718
Loja COOP 3 - Filial da Lourocoop
S. Roque - Samil
3720 Oliveira de Azeméis
Tel-Fax 256 871 216
FENACOOP - Federação Nacional das Cooperativas
de Consumo
Rua da Guiné 8 R/c Dt.
1170 Lisboa
Tel 218146969 Fax 21 8146990
(Divulgação da temática ligada ao consumo,
responsável pela produção de informação,
veiculada através de folhetos e boletins
dirigidos aos consumidores das cooperativas
membros).
ESPAÇO OIKOS
Rua de Santiago 9, 1100 Lisboa
Telf 351 21 8823630 Fax 351 21 882364
E-mail: oikos.sec@oikos.pt
www.oikos.pt
Aberta de 3ª feira a Sábado das 11 - 19,30
horas
(Possui uma Loja de Comércio Justo onde
comercializa artesanato e arte popular,
musica étnica, café biológico, pintura
e escultura (...).
Promove em Portugal, desde 1992, acções
de educação para o desenvolvimento e divulgação
cultural de expressões artísticas dos
povos em desenvolvimento).
CENTRO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÂO
AMILCAR CABRAL (CIDAC)
Rua Pinheiro Chagas, 77 - 2º esq.
1069 - 069 Lisboa
Tel: ++351 21 3172860
Fax: ++351 21 3172870
E-mail: cidac@esoterica.pt
(Promove acções de Educação para o Desenvolvimento
- divulgação sobre as virtualidade do
Comércio Justo).
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A Nível Europeu
OXFAM - Reino Unido
Suite 20, 266 Banbury Road,
Oxford, OX2, 7DL
United Kingdom
Tel: ++44 1865 31 39 39
INTERMON - Espanha
Roger de Lluria, 15
08010 Barcelona
Tel ++34-93-4820783 Fax ++34-93-4820707
info@intermon.org
www.intermon.org
ARTISANS DU MONDE - França
3 rue Bouvier 75011 Paris
Tel. 01 43 72 37 37
Fax. 01 43 72 36 37
E-mail: artisans-du-monde@globeet.org
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Referencias bibliográficas:
Cartilha dos Amantes do café - 1998 -
Soares, Mário Varela -Edição Colares Editora
Cultura Hondorenha; Agenda 2001, Comunica
Dicionário de Língua Portuguesa- 8ª edição
- Porto Editora
Guia do Café - 1998 - Jon Thorn - Centralivros
Lda.
Guia Educativo para o Consumo Critico,
1998, Autor: vários, Edição Sodepaz / Sodepau;
Manual da tecnologia do café -1994 - Correia,
Augusto M. - Edição da Associação de técnicos
de Culturas Tropicais
Ponte, S. (2001) The Late Revolution?
Winners and Loosers in the Restructuring
of the Global Coffee Marketing Chain, Ed.
Centre for Development Research, Copenhaga
Websites:
www.eurosur.org
, consulta em 2001-08-28;
www.intermon.org
, consulta em2001-09-17;
www.pangeia.org,
consulta em 2001- 09-18;
www.efta.int,
consulta em 2002-1-11;
http://Homepage.esoterica.pt/~cidac;
consulta em 2002-1-11
www.ico.org/review.htm , consulta em 2002
- 01-15
www.fao.org, consulta em 2002,01,15
Nota: as tabelas e gráficos que ilustram
este documento podem ser solicitados junto
do Serviço de Documentação e Informação
da ESE (SDI) através da consulta do documento
"Guia da exposição um café justo por
favor" da responsabilidade da Solidários
- Fundação para o Desenvolvimento Cooperativo
e Comunitário.
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