Exposições
- A animação cultural da escola |
|
Marafonas
Oficina de Artes Tradicionais
Câmara Municipal de Idanha-a-Nova
Largo do Município
6060-163 Idanha-a-Nova
Telef. 277 202 130 |
|
É tradição
o povo de Monsanto subir ao castelo, evocando
a lenda do cerco, todos os anos no dia 3
de Maio. Neste dia, algumas raparigas casadoiras
levam marafonas ou maias e fazem-nas bailar
ao som de adufes igualmente tocados por
mulheres. A produção e a divulgação destes
dois emblemáticos objecos da região raiana
(marafonas e adufes) é assegurada pela Câmara
Municipal de Idanha-a-Nova através da Oficina
de Artes Tradicionais.
As marafonas são figuras femininas sem
olhos nem boca, tendo por esqueleto uma
cruz de madeira revestida a tecido. Também
conhecidas por maias, elas simbolizam, para
uns, a deusa da fertilidade, a deusa Maia,
e são colocadas por baixo da cama na noite
do casamento, em jeito de ritual propiciatório;
para outros, elas têm o poder de livrar
a casa dos raios em momentos de trovoada.
Fala delas assim a poesia popular:
Dança, dança marafona
nas mãos de quem te dá voltas
ao som dum belo adufe
tu ficas sempre de costas
(Maria Rosette
Felino de Almeida) |
|
|
|
|
|
Bonecas
de Constância ou Bonecas das pernas de cana
Câmara Municipal de Constância
Posto de Turismo
Apartado 46
2250-909 Constância
Telef. 249 730 052
A Câmara Municipal de Constância promove
a divulgação e venda de exemplares destas
bonecas, fazendo a ligação entre as artesãs
(Mariazinha, Palmira Governo) e o consumidor
através do Posto de Turismo de Constância.
As Bonecas de Constância, ou Bonecas das
pernas de cana, foram o ganha-pão das mulheres
de pescadores que, enquanto os homens embarcavam
nas águas do Tejo, ficavam em casa a cuidar
dos filhos, aproveitando nessa circunstância
os restos de tecidos para fazerem bonecas
que depois vendiam.
As bonecas de Constância existem apenas
em versão feminina, representando diferentes
estratos da sociedade do século XIX. Senhoras,
amas com bebés, noivas e saloias são confeccionadas
com um molde comum, variando somente o trajar
que ainda hoje se mantém claramente oitocentista.
Na confecção destas bonecas eram utilizados
os seguintes materiais: tecido para a cabeça,
tronco e vestuário; cartão para os braços;
caninhas envolvidas em tiras de meia de
seda para as pernas. |
|
|
|
|
|
Bonecos
em madeira de amieiro
Cooperativa dos Artesãos do Montemuro
Estrada Nacional nº 2, Mezio
3600-402 Castro Daire
Telef. 254 689 265
Na origem da Cooperativa está D. Dolores
de Jesus e um trabalho de pesquisa de produtos
e costumes tradicionais da região da Serra
de Montemuro. O projecto vai ficando cada
vez mais amplo até que, em 1981, é constituída
a Cooperativa dos Artesãos do Montemuro,
na freguesia do Mezio, concelho de Castro
Daire, distrito de Viseu. Actualmente com
cerca de 40 colaboradores, a Cooperativa
produz trabalhos nas áreas da tecelagem,
trapologia, cestaria (palha e silva), junco,
cultivo do linho e trabalhos em madeira.
A Cooperativa está integrada no Centro Regional
de Artesanato do Montemuro, espaço que acolhe
também uma Mostra permanente dos produtos
e actividades da região, um Posto de venda
e um Restaurante tradicional.
|
|
|
Os Bonecos em madeira de amieiro
produzidos pela Cooperativa dos Artesãos
do Montemuro são construídos num processo
repartido a seis mãos. São primeiro talhados
em madeira por um artesão; outro faz depois
os vestidos, réplicas de trajes regionais
(por exemplo as palhoças ou a capucha em burel);
outro faz, por fim, as miniaturas de utensílios
tradicionais (por exemplo bilhas, rocas, fusos,
cestas) com que estas figuras estão habitualmente
apetrechadas. A nena de trapos no berço (nena
é o nome dado à boneca nesta região), a mulher
a fiar ou com a cesta da merenda à cabeça,
são algumas das figuras que integram a extensa
galeria de personagens inspirada no quotidiano
da região. |
|
|
|
|
Bonecas
de folhelho, boneca de trança, labrega do
mato
Escola Regional de Artesanato
Rua do Mar
Santo Amaro
9940-184 São Roque do Pico
Ilha do Pico - Açores
Telef. 292 655 115
A Escola Regional de Artesanato, fundada
em 1986, por iniciativa das gémeas Conceição
Neves e Alzira Neves, visa a formação de
artesãos promovendo a realização de cursos
nessa área. Funciona como uma escola aberta
para quem deseje desenvolver técnicas de
construção na área do artesanato.
Situada em Santo Amaro, na Ilha do Pico,
a Escola Regional de Artesanato produz trabalhos
em renda, bordados, escama de peixe, miolo
de figueira, papiro e miolo de hortênsia,
bonecas regionais, trajes regionais e trabalhos
em palhinha e dragoeiro.
Bonecas de folhelho (folha
de milho)
Há dois tipos de bonecas de folhelho:
as domingueiras, com um ramo de flores coloridas
e os cabelos de barba de milho bem penteados,
e as de trabalho, que vestem o capote regional,
igualmente feito com a folha de milho.
Boneca de trança (palha
de trigo)
A boneca de trança, criação original de
Alzira Neves, recupera e reinventa uma prática
antiga de manufatura de tranças em palha
de trigo, usada para a confecção de chapéus,
tapetes ou cestinhos. |
|
Labrega
do mato (boneca de trapo)
Feita de tecido com enchimento
de aparas de criptoméria ou cedro (árvores
escolhidas pelo seu odor característico),
a labrega do mato nasceu de uma lenda segundo
a qual as labregas, na noite de 1 para 2
de Fevereiro, saíam à rua e faziam ruídos
estranhos e assustadores durante toda a
noite, acalmando-se apenas no dia 24 de
Março. Não consta que perseguissem alguém,
mas nesta data as pessoas evitavam sair.
Durante a noite, rezavam a 'reza grande'
isto é, 100 ave-marias, para poderem ficar
tranquilas durante o resto do ano. |
|
Bonecas
de juta
Oficina Artesanal Flor da Agulha
8970-262 Martinlongo,
Serra do Caldeirão, Algarve
Telef. 281 498 251
Para fazer frente à crise económica que
atravessava o país, e à carência de oportunidades
de trabalho feminino, 10 mulheres constituíram,
em 1986, a Oficina Artesanal Flor da Agulha,
com o objectivo de garantir a existência
de uma estrutura de produção de bonecas
de juta. Hoje, apenas Lisete Mendes, Hermínia
Ginja, Otília Pires e Maria Rodrigues integram
a Oficina. Procuram responder da melhor
maneira à demanda cada vez maior dos seus
trabalhos, sempre tentando integrar outros
artesãos da região, nomeadamente para o
fabrico dos utensílios tradicionais que
acompanham as bonecas.
As Bonecas de juta são na sua maioria
figuras femininas, inspiradas na vida da
aldeia de Martinlongo, de tal forma que
delas dizem as artesãs que são "bonecos
que contam vidas". Feitas de juta,
mais conhecida por serapilheira, à excepção
do esqueleto feito em arame, estas bonecas
reproduzem em pormenor elementos do corpo
e do modo de vestir das pessoas que lhes
deram o nome. Exemplo: a Ti Zefa da Lenha
é retratada com bengala e o corpo ligeiramente
inclinado para a frente. Todas as bonecas
têm a fazer de pé um apanhado na bainha
do vestido, que lhes dá o dinamismo do movimento,
e a cabeça é adornada com chapéus, lenços
ou cabeços, sempre em fio de juta, apanhados
em puxo. Muitas das bonecas empunham utensílios
agrícolas ou domésticos que ajudam a identificar
as actividades que representam. |
|
|
|
Chica
Amorica
Marca, Associação de Desenvolvimento Local
Largo General Humberto Delgado, nº 7, 1º
Apartado 188 |
|
Na sequência da realização de
dois cursos de formação profissional - Curso
de brinquedos populares de Montemor-o-Novo,
promovidos pela MARCA, Associação de Desenvolvimento
Local de Montemor-o-Novo -, é criada, em 2002,
uma estrutura de produção com o nome Chica
Amorica - Oficina de Brinquedos Populares.
Os objectos produzidos na Chica Amorica são
sobretudo reproduções dos modelos do brinquedo
popular desta região: bonecas e bolas de trapo,
objectos em cana ou cortiça (gaiolas de grilo,
bicicletas de cana, carroças em cortiça),
brinquedos em madeira e objectos actuais (pufs
e puzzles). |
Bonecas populares
de Montemor-o-Novo
As bonecas populares de Montemor-o-Novo
recuperam e reinventam modos de fabricação
antigos da vida rural do Alentejo. São o
resultado do aproveitamento e transformação
de recursos naturais e de objectos do quotidiano.
Resultantes desse processo temos sete tipos
de bonecas com técnicas de construção diferentes: |
|
Boneca de trapos - pedaços
de tecidos cosidos e enchidos com palha, lã,
sementes, ou outros e atados na linha do pescoço;
também podem usar-se tiras de tecido enroladas;
|
Boneca de grão - uma
cruz de palitos com um grão-de-bico numa das
pontas com uma circunferência de tecido ou
duas folhas de árvore atadas na cintura fazem
uma |
Boneca de gaiola de grilo
- usa-se uma gaiola de grilo de cana para
fazer as pernas; em tecido, acrescentam-se
o tronco e a cabeça, onde se bordamos olhos
e a boca e se põe o cabelo; |
Boneca com pernas de pau ou boneca
de fisga - as fisgas ou paus bifurcados
servem à estrutura das pernas destas bonecas
que , no resto, seguem o modelo das bonecas
de trapos; |
Boneca de meia
- meias velhas enchidas e moldadas em forma
humana ou de bola; |
Boneca de chucha
- aproveita a técnica caseira antiga de fazer
chuchas com miolo de pão humedecido, às vezes
com açucar, embrulhado num pedaço de tecido
e atado; para fazer a boneca acrescentam-se
olhos, a boca, o cabelo e, por vezes, braços. |
|
Ti
Guilhermina
Ribeirinha
Vilas Boas
5360 Vila Flor
Telef. 278 511 138
Aos 80 anos de idade, com a perda do marido,
Ti Guilhermina, como é conhecida na aldeia
de Ribeirinha, Vila Flor, Trás-os-Montes,
começou a talhar homens e mulheres em madeira
de choupo. De narizes pronunciados e dois
buracos por olhos, os bonecos, "os
seus companheiros de todos os dias",
são vestidos pela artesã de 96 anos com
laços de embrulho e manchas coloridas feitas
a marcador. Nas mulheres, Ti Guilhermina
evidencia a cintura e os seios; nos homens
as pernas e o pénis, que ocupa um inequívoco
lugar de destaque. Ti Guilhermina cria ainda
outras figuras: personagens clericais vestidas
de negro e ostentando adornos de metal,
lagartos fusiformes e árvores de formato
triangular carregadas de pássaros como se
fossem oferendas populares. Dos seus bonecos
diz a T Guilhermina: "com as mãos que
Deus me deu comecei a fazer coisas que nunca
imaginei. Às vezes olho para os meus bonecos
e não acredito que fui eu que os fiz". |
|
|
|
Mariana Galinha
Marca, Associação de Desenvolvimento Local
Largo General Humberto Delgado, nº 7, 1º
Apartado 188
Montemor-o-Novo
Telef. 266 891 222
|
Mariana Aurora Lucas Galinha
é mãe de seis filhos. Nascida em Évora Monte
, no Alentejo, em 1964, começou aos 8 anos
a talhar pedaços de madeira para fazer brinquedos,
enquanto acompanhava o pai no pastoreio
das cabras. Mais tarde, fazia bonecas com
os fatinhos de bebé das filhas, enchia-os
e acrescentava uma cabeça em tecido. Mas
foi aos 37 anos de idade, após ter frequentado
o Curso de Brinquedos Populares de Montemor-o-Novo,
promovido pela Marca, ADL., que desenvolveu
algumas técnicas de construção nas áreas
da cortiça e dos trapos. No seguimento dessa
aprendizagem começou a produzir bonecas
de trapos, figuras assumidamente autobiográficas
(por exemplo, "mulher grávida com menino
pela mão"). As
bonecas da Mariana também podem representar
noivas, ceifeiras, personagens de histórias
tradicionais ou criações plenas de fantasia.
As personagens representadas pelas bonecas
desta artesã são previamente concebidas,
muito embora os materiais sejam os que vêm
à mão. São por isso muito frequentes as
bonecas com caras em tecido azul, preto
e verde. Ou os cabelos de penas, de esfregão
de palha de aço, de tecido. Ou as pernas
de pau, de fisga, ou a mais tradicional
boneca 'com pernas' de gaiola de grilo.
A Mariana está habitada pelas suas bonecas
como pela vida. Por isso diz: "muitas
vezes não tenho tempo de as fazer ao serão,
mas estão todas na minha cabeça". |
|
|
Marina Capucho
Marina Alexandra Lucas Capucho nasceu
em Mourão, no Alentejo. É filha de Mariana
Galinha, a mais nova das 4 raparigas e mais
velha do que os 2 rapazes. Com 11 anos de
idade utiliza, tal como a mãe, trapos e
agulha para construir as suas bonecas. Há
qualquer coisa que a leva a procurar um
tecido, a dobrá-lo em forma de rectângulo,
a bordar nele olhos e boca, às vezes a vestir-lhe
uma saia, por fim a adorná-la com bolsinhas
de mão e de ombro. Não sendo para brincar,
as bonecas da Marina
são voluntariamente frágeis, entre o descuido
da brincadeira e o segredo da inocência.
|
|
|
|
|
|
|