A Difusão do Nativismo em África: Cabo Verde e Angola
- Séculos XIX e XX Abstract:
O autor começa por identificar os sentimentos e as atitudes valorativas dos autóctones e depreciativas dos estrangeiros perfilhadas pelos portugueses da América (brasileiros) que caracterizam a génese e o desenvolvimento do nativismo no Brasil, desde a guerra de libertação de Pernambuco da ocupação holandesa no século XVII, que os leva a diferenciar-se cada vez mais dos portugueses da Europa (reinóis).
Para, de seguida, considerar que da disjunção crescente de interesses entre portugueses da América e portugueses da Europa emerge a identidade nacional brasileira, a par da obnubilação progressiva das suas raízes europeias por parte dos brasileiros, resultando da maturação política do nativismo, que tem lugar a partir da segunda metade do século XVIII, a libertaçáo do Brasil do domínio colonial português em 1822, já abalado pela Inconfidência Mineira de 1789, pela Conjuração Baiana de 1798 e, sobretudo, pela Revolução Pernambucana de 1817.
Por sua vez, a hegemonia do Brasil nas relações com as colónias portuguesas de África, no contexto do tráfico transatlântico de escravos desde a segunda metade do século XVIII, é apontada como factor determinante da influência e difusão do nativismo de origem brasileira em Cabo Verde e em Angola.
Finalmente é evidenciada a importância do contributo nativista para a luta de libertação nacional de Cabo Verde e de Angola do domínio colonial português, enquanto elo necessário da respectiva cadeia de desenvolvimento histórico.
Autor: José Marques Guimarães pp: 414 ISBN: 978- 972- 98833- 2- 3 |