Relatório de progresso
Na sequência do processo de avaliação deste curso, pretende-se
descrever neste relatório as medidas que se desenvolveram
no sentido da minimização ou eliminação dos aspectos considerados
menos positivos e de reforço dos que foram considerados
mais positivos.
Estes aspectos de funcionamento da escola e/ou do curso
em avaliação resultaram da concretização da Avaliação Externa
e constam do respectivo Relatório.
Em todo este processo de avaliação realça-se uma perspectiva
de avaliação formativa em que se valoriza a identificação
de problemas e a reflexão sobre as possibilidades da sua
resolução. Os problemas identificados são naturalmente inseridos
no conjunto de características particulares que marcam a
vida e a história da escola e no quadro de limitações estruturais
e mais gerais que se colocam à nossa actividade.
É também dominante uma lógica de avaliação que possibilita
a apropriação local dos procedimentos e dos resultados da
avaliação, permitindo a institucionalização de práticas
sistemáticas e permanentes de avaliação interna, como modalidade
estruturante da gestão dos cursos e da escola e como factor
de obtenção de níveis elevados de qualidade.
Relativamente aos pontos fortes, satisfatórios e fracos
identificados na síntese avaliativa final do Relatório da
Comissão de Avaliação Externa deste curso, passamos a enunciar
as medidas entretanto tomadas:
Face à experiência obtida com a
avaliação do Curso de Professores do Ensino Básico - Variante
de Matemática - Ciências da Natureza a equipa responsável
pela coordenação do processo de auto-avaliação do curso
que se seguiu àquele, foi reestruturada e reforçada de uma
forma mais adequada às exigências deste processo.
A Comissão de Avaliação (permanente)
passou a integrar três docentes, um dos quais é membro do
Conselho Directivo e outro integra a equipa do observatório
de inserção profissional dos diplomados do Instituto Politécnico
de Setúbal. Esta comissão é alargada a mais três docentes,
mais ligados ao curso em avaliação.
Esta estrutura está mais de acordo
com a dimensão real do trabalho que envolve o processo de
avaliação, com a necessidade de uma relação privilegiada
com os órgãos de gestão da escola e através destes com os
diferentes serviços, e necessariamente integra elementos
com uma experiência de gestão do curso em avaliação.
A perspectiva dos trabalhos desta
equipa é de normalizar os procedimentos e os instrumentos
de avaliação com os objectivos de responder mais eficazmente
à avaliação externa dos nossos cursos e para os transformar
em instrumentos permanentes e sistemáticos de gestão da
escola.
As actividades de consultoria,
estudos, avaliação e de participação em projectos de muitos
docentes da escola, nomeadamente no âmbito do CEDE e do
CIOE, foram marcantes do passado recente da escola e fizeram
da prestação de serviços a entidades externas nacionais
ou estrangeiras uma frente de trabalho muito importante
na vida da escola.
As novas condições de contratação
deste tipo de serviços, o investimento dos docentes na formação
avançada e nas suas actividades docentes, têm contribuído
para a redução substancial deste tipo de actividades. Esta
situação justificou um processo de reflexão colectiva (em
curso) visando o relançamento das actividades de investigação
e de prestação de serviços ao exterior.
Hoje, estas actividades são perspectivadas
num âmbito mais centrado no apoio ao desenvolvimento educativo
nas e com as escolas do Ensino Básico e Secundário, na relação
mais próxima com a actividade de investigação dos docentes
em Mestrado e Doutoramento e com a necessidade do seu enquadramento
na concretização próxima de uma oferta da escola de um curso
de Mestrado em parceria com uma Universidade.
O relançamento das actividades
de investigação num planeamento estratégico das actividades
da escola, associa-se fortemente à integração institucional
dos processos de investigação individual dos nossos docentes
e à divulgação interna e externa dos seus produtos. Neste
momento decorre um processo de recolha de informação sobre
os trabalhos de investigação dos nossos docentes para posterior
divulgação.
Durante todo este ano manteve-se
o investimento da escola na formação avançada dos seus docentes:
-
Disponibilizou-se uma verba
de esc.: 2.000.000$00 para apoio às actividades dos
docentes em Mestrado e Doutoramento, que foi utilizada
pelos docentes beneficiados para o pagamento de propinas,
deslocações, recolhas documentais, traduções, etc.
-
Manteve-se alguma disponibilidade
para reduções da distribuição do serviço dos docentes
em formação.
-
Mais uma vez a escola vai candidatar-se
às medidas de apoio à formação avançada de docentes
do Ensino Superior do PRODEP III, apresentando as propostas
de 4 bolsas para Mestrado e 7 para Doutoramento.
A proposta de construção de novas
instalações ("Complexo Pedagógico") foi aceite
pela tutela e as verbas necessárias para a sua construção
e equipamento estão inscritas no PIDDAC.
Neste momento, aguarda-se a reacção
dos serviços competentes do ME ao Programa Preliminar desta
construção, para depois se avançar para o processo de elaboração
do respectivo projecto de arquitectura.
Durante o ano de 2001 a escola
manteve o seu investimento em bens de equipamento, nomeadamente
de equipamentos informáticos, o que permitiu aumentar sensivelmente
o número de computadores com ligação à Internet para serem
utilizados livremente pelos alunos, substituir alguns equipamentos
obsoletos, reforçar e actualizar os postos de trabalho para
docentes e funcionários não docentes e terminar a ligação
à rede interna e à Internet dos computadores da Secretaria.
Neste momento, praticamente todos
os gabinetes de docentes e serviços da escola estão ligados
em rede e à Internet.
No entanto, devido aos cortes orçamentais
para 2002, prevê-se um investimento zero nesta rubrica,
assegurando-se apenas a manutenção e eventual necessidade
de reparação dos equipamentos existentes.
Nos limites definidos pela definição
legal das competências dos órgãos de gestão da escola, na
próxima revisão dos estatutos do IPS e da escola, é possível
redefinir a sua constituição e funcionamento, de modo a
conseguir-se uma maior operacionalidade, articulação e eficácia.
Neste âmbito, já se discutiu várias vezes a necessidade
de alterar as estruturas de coordenação dos cursos (Unidades
de Formação), com base no diagnóstico preciso dos seus problemas
de funcionamento.
A Coordenação do curso reforçou
junto dos docentes a necessidade de propor aos alunos, nas
diferentes disciplinas e especialmente nos 1º e 2º anos
curriculares, actividades práticas com elevada possibilidade
de transferência para uma utilização pelos futuros professores
em contexto de sala de aula no 1º Ciclo do Ensino Básico.
Estas actividades podem funcionar
como exemplos de experiências educativas, que poderão ser
proporcionadas aos alunos deste nível de ensino e as metodologias
utilizadas pelos docentes pretendem desenvolver competências
essenciais a um futuro professor do 1º Ciclo do Ensino Básico.
Entretanto, têm-se desenvolvido
as actividades do apoio à inserção profissional dos diplomados
por este curso, com elevada receptividade dos nossos antigos
alunos, nomeadamente dos que estão colocados em escolas
do 1º Ciclo. Este projecto, que visa estruturar o acompanhamento
científico e pedagógico dos novos professores que formámos,
em função das dificuldades sentidas no terreno, implica
encontros presenciais com os docentes da escola e a estruturação
de um apoio a distância com a utilização da Internet.
Mantêm-se as indefinições legais
e regulamentares quanto ao futuro das "variantes"
e quanto às possibilidades de formação para o 3º ciclo,
o que é um factor de grande perturbação na definição de
um plano de desenvolvimento estratégico da escola.
A necessidade de clarificação destas
matérias tem sido equacionada pelos diferentes órgãos de
gestão da escola e do IPS e tem integrado o conteúdo de
alguns contactos que esta Escola e a a Presidência do IPS
têm desenvolvido com diferentes responsáveis do ME.
Também no âmbito da ARIPESE (Associação
de Reflexão e Intervenção na Política Educativa das Escolas
Superiores de Educação) participámos em diligências que
visavam o esclarecimento desta e doutras questões essenciais
para o desenvolvimento das Escolas Superiores de Educação.
A proposta de alargamento do quadro
de pessoal não docente, enviada para o ME há alguns anos,
ainda não foi autorizada, mantendo-se os fortes constrangimentos
ao funcionamento da escola, que decorrem de um número insuficiente
de funcionários não docentes.
Setúbal, 28 de Dezembro de 2001 |